sexta-feira, 14 de agosto de 2015

Sport de Eduardo Baptista é muito organizado, moderno, móvel e coletivo - parabéns a Eduardo Baptista e a diretoria do clube


O Sport de 2015 colhe o que plantou em 2014, com planejamento a longo prazo, a diretoria manteve o técnico Eduardo Baptista, mesmo com duas ''crises'' nesse período, e qualificou pontualmente o elenco conforme as necessidades. Vale ressaltar que, a diretoria raramente atrasa os salários, facilitando a contratação de bons jogadores.

O sistema tático-base da equipe é o 4-2-3-1, com mudanças de jogadores de acordo com as características do adversário, geralmente, o time atua com Rithely e Wendel à frente da defesa e por trás de uma linha intermediária de ataque formada por Maikon Leite (que estava lesionado, com Élber no seu lugar) pela direita, Diego Souza pela faixa central e Marlone à esquerda, com André à frente.

Sport atua no 4-2-3-1, com variação constante para o 4-4-2 na fase defensiva.
Sem a bola, o Sport se fecha - como na imagem abaixo - no 4-4-2 em linhas, utilizando os conceitos - alguns modernos - que são necessários para o sucesso do esquema e, consequentemente, do time: compactação e estreitamento das linhas, marcação por zona com pressão sobre a bola, jogadores (laterais e pontas) com vigor para atacar e defender com a mesma intensidade pelos lados e a ótima execução do balanço defensivo - movimento das linhas de um lado para o outro conforme a circulação da bola.

Reprodução: Rede Bandeirantes
Vale ressaltar que, a equipe sempre busca intensamente, como é possível observar no flagrante tático abaixo, a criação da superiodade numérica onde a bola está (no jogo) e fechar as linhas de passe do jogador que está com a bola. Ao criar superioridade, a equipe encurta o tempo (para pensar) e o espaço (para executar o passe) do jogador adversário. Isso exige um trabalho coletivo forte e disciplina tática da equipe.

Reprodução: Rede Bandeirantes
Ao subir um pouco a pressão da marcação na saída de bola do oponente, como no lance abaixo, a equipe demonstra ter uma falha: a linha defensiva não acompanha a subida de pressão da linha de 4 do meio-campo, deixando um espaço vazio entre a defesa e o meio e, se a equipe não executar com primazia essa pressão, o oponente poderá atacar esse espaço vazio entre as linhas.

Reprodução: Rede Bandeirantes
Na saída de bola, o volante - geralmente, Rithely - afunda entre os zagueiros (que abrem), os laterais avançam para dá amplitude e o time constrói o jogo com qualidade (pelo centro do campo) lá de trás, como no lance abaixo, não só pelo passe qualificado de Rithely (o melhor passador e ladrão de bolas do time no Brasileirão, com 727 passes certos e 58 roubadas de bola), mas também pela aproximação dos meias e/ou atacantes e pela movimentação na saída. Novamente, conceito de jogo moderno no Sport.

Reprodução: Rede Bandeirantes
Após a saída de bola, a equipe chega no campo de ataque, como no lance abaixo, onde busca sempre atacar com no mínimo 7 jogadores, os laterais e/ou meias-extremos ''alargam'' o campo, os volantes aparecem para distribuir o jogo, com opções de passes à frente da linha da bola e, consequentemente, a equipe tem progressão vertical, amplitude e profundidade.

Reprodução: Premiere

Em 2014, o time sofreu muito com um problema: propor o jogo. Em 2015, esse problema foi muito reduzido, com a equipe buscando a troca inteligente de passes curtos e rápidos, com jogadores próximos - formando triângulos, como na imagem abaixo, facilitando a troca limpa e vertical de passes - e buscando a infiltração e/ou diagonal dos meias-atacantes - que buscam se movimentar no terço final do campo (até André, tido por muitos como lento e preguiçoso, participa ativamente do jogo) e, consequentemente, abrem espaços.

Reprodução: Rede Bandeirantes
A equipe, ao roubar a bola no campo de ataque, busca definir rapidamente as jogadas nos contra-ataques, ora buscando explorar a velocidade e o vigor dos laterais e/ou pontas pelos lados para depois cruzar na área e ora com jogadores próximos, buscando tabelas e/ou triangulações para infiltrar na área. Tudo pensado, treinado e executado pelo Sport do ótimo Eduardo Baptista.

Invicto, como mandante, o time leonino tem um campanha ''ruim'' como visitante, mas ela pode ser explicada (apenas pode) por alguns fatores: pressão da torcida adversária; o desgaste físico, pois o Sport é o único time do Norde-Nordeste no Brasileirão de 2015 e, consequentemente, é o que mais viaja nos jogos fora de casa; por último, a falta de eficiência nas finalizações e depois acaba perdendo pontos cruciais, levando o empate e/ou a virada.

O Sport brigar pelo G4, não é zebra ou utopia, mas é a consequência do planejamento a longo prazo, o que irá acontecer até o final do campeonato brasileiro é imprevisível, o certo é que a diretoria rubro-negra e o técnico Eduardo Baptista estão de parabéns.


Estatísticas: Footstats

Por: José Victor
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