domingo, 18 de outubro de 2015

O competente e organizado Corinthians de Tite


Texto originalmente escrito por mim lá no site Doentes Por Futebol. 

Por: José Victor
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72% – com 20 vitórias e apenas 4 derrotas em 31 jogos disputados – de aproveitamento de pura competência e organização: esse é o Corinthians de Tite. Líder do Brasileirão com muitos méritos, vem sendo seguido pelo Atlético-MG, time que enfrentará em jogo válido pela 33ª rodada, no Independência.

Foto: © Daniel Augusto Jr. / Ag. Corinthians
Final antecipada?
Só o futuro dirá.

Organização tática:

O sistema tático-base da equipe é o 4-1-4-1, geralmente com Ralf à frente da defesa e por trás de uma linha intermediária de ataque formada por Jadson pela direita, Elias e Renato Augusto pela faixa central e Malcom à esquerda, com Vágner Love mais à frente.

Sem a bola, o time não é apenas compacto, pois só compactação nao basta, é necessário muita intensidade e organização, e isso o Corinthians de Tite tem de sobra: 2 linhas de 4 muito próximas, com Ralf entre elas, utilizando a marcação por zona com pressão intensa sobre a bola, como na imagem abaixo. Portanto, todos têm como referência o espaço e a bola, algo essencial no futebol moderno.
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Reprodução: Premiere
Vale ressaltar que, o Corinthians sempre busca criar intensamente superioridade numérica no setor onde a bola está (no jogo) e fechar as linhas de passe do adversário com a bola, até recuperá-la – seja com desarmes ou forçando o erro de passe -, como mostra bem a imagem abaixo. Trabalho coletivo muito forte.
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Reprodução: Premiere
Em certos momentos, principalmente como mandante, a equipe adianta a linha intermediária pra pressionar intensamente junto a Vágner Love a saída de bola do adversário, com o simples e muito importante objetivo de roubar a bola próximo do gol ou forçar o chutão – como na imagem abaixo – facilitando o trabalho defensivo e prejudicando a organização ofensiva do adversário.
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Reprodução: Premiere
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O ataque começa na defesa:
O melhor ataque do Brasileirão (57 gols) começa na defesa, com Renato Augusto recuando, como na imagem abaixo, para qualificar e agilizar a saída de bola, um – por vezes, os dois – dos meias-extremos (Jadson e Malcom) buscando o centro pra criar linhas de passe verticais e Elias muitas vezes buscando se projetar ao campo de ataque. Essas movimentações se repetem diversas vezes, é a coordenação dos movimentos, que já foi citada por Tite em entrevistas.
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Reprodução: Premiere
“Intensidade só é feita sem a posse, com a posse, não dá, pois com ela é necessário coordenação dos movimentos” – ressaltou Tite, em entrevista ao SporTV, minutos antes do início do clássico contra o Santos pelo Brasileirão, jogo no qual o time venceu por 2 a 0, no dia 20 de setembro. Dito e feito.
Entretanto, como também mostra a imagem acima, o time tem um problema na saída de bola: Ralf.
Foto: © Daniel Augusto Jr. / Ag. Corinthians
Ele é quase sempre peça nula, pois fica parado e não procura dar opção de passe e, quando recebe a bola, não possui passe qualificado pra fazer o time progredir no campo de jogo. Volante que só joga sem a bola, não cabe mais no futebol moderno. 
Após a saída de bola, em poucos segundos o time já está no campo de ataque, e como na saída de bola, a equipe repete movimentos: Jadson – que abre o corredor pra Fágner, que avança – se une a Renato Augusto pelo centro pra preparar as jogadas ou até finalizar, Vágner Love fica de costas pra fazer o pivô ou gira pra finalizar, Elias busca a projeção e/ou tabelas e triangulações – não é só ele, o time busca sempre fazer triangulações em todo o campo – com os camisas 8 e 10 e Malcom busca a penetração na área, como na imagem abaixo.
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Reprodução: Premiere
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É Jadson – o camisa 10 – que arma o jogo?

Não. É a equipe, ao trabalhar muito bem coletivamente e fazer diversos momentos simultaneamente. Tudo pensado, treinado e aplicado por Tite, com o fundamental trabalho do departamento de análise de desempenho, um dos melhores do Brasil.
A equipe não só constrói bem o jogo como também sabe jogar bem na base da reação ao adversário, o famoso contra-ataque, buscando definir rapidamente as jogadas, ora com troca rápida de passes curtos e ora invertendo o lado da jogada pra depois cruzar na área, quase sempre com vários jogadores entrando nela, sejam penetrando em diagonal ou pelo meio.
Foto: © Daniel Augusto Jr. / Ag. Corinthians
Foto: © Daniel Augusto Jr. / Ag. Corinthians
Na imprensa (em grande maioria dela), fala-se mais sobre erros de arbitragem – que realmente é ridícula, algo até esperado já que eles não são profissionais – do que do desempenho tático da equipe, mas Tite merece muitos elogios pelo seu trabalho no Corinthians, e ainda mais por ter estudado e buscado conhecimento mesmo após ter sido campeão mundial pelo próprio clube. Se o time terminará o Brasileirão como campeão, só o futuro dirá, mas o certo é que Adenor está de parabéns pelo ótimo trabalho tático à frente do Timão



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